A recepção crítica
primeira biografia escrita por Forster recebeu avaliações positivas calorosas, tanto da crítica especializada quanto de seus amigos. Comecemos com algumas apreciações daqueles considerados autoridades no assunto:
"Para mim, este é o melhor livro de Forster. O que mais poderia ser dito sobre ele?" - H. M. Tomlinson no News Chronicle.
“Um livro encantador: um livro que poucos homens de letras poderiam ter escrito, e que muitos homens vão querer ler” - Desmond MacCarthy no Sunday Times.
"O Sr. Forster fez o que eu pensava ser impossível, fez isso com penetrante simpatia, com a contenção que o próprio Goldie tanto valorizava, com uma intimidade encantadora, e sem uma única nota dissonante" - Lord Ponsonby no The Listener.
"Uma refinada biografia do brilhante publicista, poeta, humanista e perspicaz professor do King's College, Cambridge" - Percy Hutchison no The New York Times, 10 de junho de 1934.
Miniatura da crítica de Percy Hutchison publicada no The New York Times em 10 de junho de 1934.
Imagem: The New York Times Archives.
Outros críticos também não pouparam elogios: David Garnett na New Statesman, J. A. Hobson no Philosophy, F. L. Lucas na Cambridge Review e no Observer, Kingsley Martin no Political Quarterly e J. T. Sheppard no Spectator. W. H. Auden, que avaliou o livro em 1934 para o Scrutiny, também o considerou o melhor de Forster e no prefácio de Goldsworthy Lowes Dickinson and Related Writings, publicado quase 40 anos depois, revela que ao reler a obra percebeu que era ainda melhor do que ele lembrava.
As avaliações negativas foram poucas. No Criterion, Montgomery Belgion publicou um famoso ataque ao escritor intitulado The Diabolism of E. M. Forster, em que deprecia a obra e afirma que Dickinson figura nela como “um homem com alguma confusão mental". Hugh Kingsmill, na English Review, considerou que Forster não chegou nem perto de revelar as virtudes do biografado:
“Se Lowes Dickinson foi realmente o melhor homem que já viveu, o Sr. Forster deve ser o pior de todos os biógrafos, pois das qualidades sublimes implícitas no elogio da Sra. Newman, o Sr. Forster não nos deu nenhuma pista."
Refrescando a memória, a citada Sra. Newman, camareira de Dickinson, havia afirmado que ele foi "o melhor homem que já existiu", conforme mencionado no post E. M. Forster & Goldie.
Henry Stephens Salt. | Foto: Site Henry S. Salt. |
"O Sr. Forster me dedica uma dúzia de linhas que mostram com que incrível descuido essas memórias foram compiladas. Sou descrito, de maneira bastante incorreta, como tendo sido 'um mestre rebelde em Eton'; em seguida, assim como o Sr. Cox (que estava mais para meu subordinado) como um ímã para os “excêntricos”; e a impressão geral transmitida é que o domínio doméstico dos Cox, com seu povo agrícola de Kent, o estava desbastando junto com o meu. Essa história bastante enganosa é tirada, eu entendo, das 'lembranças não publicadas' de Dickinson, que, arrisco pensar, seria melhor que permanecessem inéditas."
Forster acreditava que seus amigos mais jovens, como J. R. Ackerley, achariam seu livro antiquado, mas sustentou seus planos pois não queria "estar atualizado às custas de outras pessoas". Seu círculo de amigos, na absoluta maioria, apreciou profundamente a biografia. Um dos admiradores mais fervorosos foi Christopher Isherwood, que elogiou a obra em carta remetida diretamente das Ilhas Canárias, datada de 24 de agosto de 1934:
"Eu estou perdido em admiração por sua pontaria no livro G. L. D., li quatro ou cinco vezes, e gosto cada vez mais."
Siegfried Sassoon foi ainda mais veemente em sua exaltação à obra, em carta para Forster de 17 de julho de 1934:
"Ninguém mais poderia ter feito isso, e o mundo será um lugar melhor quando, digamos, 5.000 pessoas atenciosas o tiverem lido. Isso apenas me fez ficar silenciosamente grato que 'Goldie' existiu e foi 'perpetuado' por E. M. F., cuja existência também torna um gra... mas estou ficando insuportável."
Na introdução de Goldsworthy Lowes Dickinson and Related Writings, Oliver Stallybrass garante:
"Em termos gerais, aqueles (a grande maioria) que amavam Dickinson, amaram a biografia de Forster, enquanto aqueles que se irritaram com ele, ficaram irritados também com o livro que o retratou com tanta simpatia."
Capas
Semana G. L. D.
Post anterior: A Controvérsia ou Em Defesa de E. M. Forster.
Fontes de pesquisa da série de posts:
Letters between Forster and Isherwood on Homosexuality and Literature (2008), editado por Richard E. Zeikowitz;
A Great Unrecorded History: A New Life of E. M. Forster (2010), de Wendy Moffat;
The Cambridge Companion to E. M. Forster (2007), editado por David Bradshaw;
The Pink Plaque Guide to London (1986), de Michael Elliman e Frederick Roll;
E. M. Forster - Critical Assessments Volume IV (1998), editado por J. H. Stape;
E. M. Forster - Interviews and Recollections (1993), editado por J. H. Stape;
A Reading of E. M. Forster (1979), de Glen Cavaliero;
E. M. Forster - A Literary Life (1995), de Mary Lago;
E. M. Forster: A Life (1977-1978), de P. N. Furbank;
An E. M. Forster Chronology (1993), de J. H. Stape.
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