Tópicos anotados
nquanto lia Goldsworthy Lowes Dickinson, fiz várias anotações com o propósito de resumir a obra em tópicos. Compartilho-as a seguir.
1. FAMILY
- Breve abordagem sobre os seus antepassados e a história de vida de seu pai, Lowes Cato Dickinson;
- O casamento dos pais e o nascimento dos filhos;
- A relação de Dickinson com seus pais, seu irmão e três irmãs;
- A origem do nome Goldsworthy.
Lowes Cato Dickinson e Margaret Ellen Williams, os pais de Goldsworthy Lowes Dickinson.
Imagens: Wikimedia Commons e Geni.
2. THE SPRING COTTAGE (1862-1872)
- A mudança para Spring Cottage, na cidade de Hanwell, pouco depois de seu nascimento;
- As recordações mais antigas de Dickinson, que são do período passado em Spring Cottage;
- Memórias da casa, do cotidiano e da babá Emma;
- As relações sociais na comunidade.
Goldsworthy Lowes Dickinson aos sete anos, retratado por seu pai em óleo sobre tela (1869).
Imagem: National Portrait Gallery, Londres.
3. THE MISSES WOODMAN'S MORNING CLASS (1872-1874)
- A passagem pela escola das irmãs Woodman, a primeira de sua vida;
- Um "estabelecimento esnobe, consciencioso e inofensivo";
- Miss Woodman era "severa e irônica" e Miss Maria, "com uma expressão severa nos olhos, era violenta e feia";
- A religiosidade do pequeno Goldie, estimulada por sua mãe.
4. BEOMONDS (1874-1876)
Ernest Coleridge (1846-1920). | Foto: National Trust Collections. |
- Lembranças de uma visita que E. M. Forster fez com Dickinson à essa escola;
- A avaliação do desempenho de Dickinson pelo diretor Ernest Coleridge;
- A frustrada tentativa de deixar o colégio por intermédio de um cartão postal destinado aos pais.
5. CHARTERHOUSE (1876-1881)
- Reminiscências tristes e amargas da escola subsequente, na cidade de Godalming;
- "Charterhouse foi a mesma coisa que Chertsey, só que mais duradoura e pior";
- A amizade com dois outros estudantes igualmente impopulares, J. A. R. Munro e H. T. Bowlby;
- O despertar do interesse por teatro: "Em Charterhouse, a visita de uma Srta. Volkes desenvolveu nele uma paixão pelo palco que, diminuindo em interesse, foi mantida por toda a sua vida";
- O desenvolvimento dos dons musicais;
- Viagem à Suíça, a primeira para o exterior, com o pai e os irmãos Arthur e May.
Charterhouse School, em Godalming, Surrey (1923). | Foto: The Print Collector via Getty Images.
Sala de aula em Charterhouse School, Godalming. | Imagem: Revista The Illustrated London News, volume XL, 1862.
6. CAMBRIDGE (1881-1884)
- O ingresso no King's College, Universidade de Cambridge, no outono de 1881;
- Uma fase feliz em que "pessoas, música, livros e paisagens" preenchem sua vida;
- "Aos 19 anos, seu desejo de servir à humanidade já era forte";
- Influência de dois professores: seu tutor, J. E. C. Welldon, que "exerceu sobre ele uma influência que ele não conseguia definir" e Oscar Browning, "quem tirou Dickinson das trevas de sete anos e o colocou no caminho certo";
- A morte da mãe, quando ele estava no final de seu primeiro ano em Cambridge (maio de 1882);
- A expansão de suas ideias e pensamentos, livrando-se de muitas amarras;
- Evolução no contato com Percy Bysshe Shelley, Johann Wolfgang von Goethe e Platão;
- Amizades com A. J. Grant, J. W. Graham, A. P. Laurie e G. R. Ashbee.
O King's College visto do rio Cam em cartão-postal não datado. Destaque para o Gibbs Building, à direita da capela, onde Dickinson viveu muitos anos. | Foto: King's College Archive Centre.
7. SHELLEY, PLATO, GOETHE
- O interesse e dedicação a Percy Bysshe Shelley, Platão e Johann Wolfgang von Goethe. A maior influência, sem sombra de dúvida, é de Shelley: "Shelley de repente me agarrou; Não como poeta, mas como um visionário sobre a vida. [...] De todos os homens de letras, ele é, eu acho, o mais amável, humano e genuíno";
- O início da escrita de poemas, por influência de Shelley. O primeiro foi Doubt;
- Em 1884, ganhou a Medalha do Chanceler por um poema sobre Girolamo Savonarola, frade dominicano italiano do século XV;
- "Ele escreveu poesia posteriormente, mas como um veículo para suas emoções particulares e, severamente autocrítico, ele optou por não dar muito para o mundo";
- Após se formar em Cambridge, viaja à Alemanha com G. R. Ashbee, onde tem experiência epifânica;
- Recebe bolsa de estudos no King's College em 1887, com uma dissertação em que as doutrinas de Platão e Plotino são comparadas e harmonizadas;
- Por volta de 1890 em diante, suas preocupações se voltam para educação, política e conduta.
Shelley imortalizado pela Srta. Curran, Platão em detalhe de The School of Athens, afresco de Raphael, e Goethe retratado por Joseph Karl Stieler (1828). | Imagens: Culture Club via Getty Images, Wikimedia Commons e DeAgostini via Getty Images.
8. THE WORLD OF MATTER (1884-1887)
- Período de inquietação e indecisão quanto ao futuro;
- Temporada em Craig Farm, fazenda do professor e futuro parlamentar Harold Cox;
- Reminiscências dos Gibbs, uma família de trabalhadores rurais;
- Palestras mal sucedidas ministradas durante o inverno de 1885-1886 em vários centros provinciais sob o programa de Extensão Universitária. Os temas eram Thomas Carlyle, Ralph Waldo Emerson, Oscar Browning e Alfred Tennyson;
- Amizades com Edward Carpenter e com a Sra. Webb, esposa do reitor de Mansfield Woodhouse;
- Férias no País de Gales, onde sozinho escalou Snowdon, a montanha mais alta do país. Saiu de lá decidido a fazer medicina para ajudar a humanidade;
- O curso é financiado por seu pai por quatro anos, mas, sem vocação, não segue carreira;
- Início da amizade com Roger Fry na faculdade de Medicina.
Sozinho, Dickinson escalou Snowdon, a maior montanha no País de Gales, aqui ilustrada por William Turner | Imagem: National Galleries Of Scotland / Getty Images.
9. FROM MYSTICISM TO POLITICS (1887-1893)
- Descrição dos edifícios Gibbs e arredores, no King's College, onde Dickinson passou a maior parte de sua vida acadêmica;
- "Quatro pontos principais podem ser observados. Em primeiro lugar, há o desenvolvimento de sua vida privada - afetuosa, emocional, disciplinada, idealista. Em segundo lugar, conectada a isso, está sua produção poética. Em terceiro lugar, há uma mudança de atitude em relação ao mundo, que o afasta de Plotino e do misticismo e em direção a Hegel e a política. Em quarto lugar, conectado com este último, vêm suas primeiras publicações em prosa";
- A amizade com Roger Fry, cuja companhia constante foi interrompida quando o amigo pintor se apaixonou;
- Conflitos pessoais acerca do seu interesse por arte e viagem com Roger Fry para Paris;
- Memórias de Dickinson a respeito de seus amigos John McTaggart, Nathaniel Wed e Ferdinand Schiller;
- Seu primeiro livro oferecido ao grande público, From King to King (1891), trata sobre a Revolução Puritana em uma série de cenas em prosa e verso. A obra não despertou interesse no público;
- Produção poética para circulação privada bem recebida em 1896;
- Sua habilidade para a música, especificamente piano. "Todos concordam que, para um amador, seu desempenho foi notável" Problemas de saúde o impediram de prosseguir;
- Sob a orientação de McTaggart, lê e estuda Hegel;
- Reflexões sobre as publicações de Revolution and Reaction in Modern France (1892) e The Development of Parliament in the Nineteenth Century (1895).
Reunião festiva em Gersau, Suíça, 1888. Na fileira de trás, da esquerda para a direita, estão Goldsworthy Lowes Dickinson, Roger Fry, Ferdinand Schiller e John McTaggart. | Foto: Livro The autobiography of G. Lowes Dickinson, and Other Unpublished Writings, Duckworth, 1973.
10. THE SOCRATIC METHOD (1893-1914)
- No outono de 1892, a não renovação de sua bolsa em Cambridge e a imediata nomeação ao cargo de bibliotecário, com bolsa;
- A nomeação a professor universitário de Ciência Política em 1896, também com auxílio. Em 1920, recebeu uma bolsa de pensão, mantida por toda a vida;
- Durante esse período, Sócrates é seu mestre;
- "Sua disciplina oficial no King's era Ciência Política [...] e ele continuou nela dois mandatos por ano, desde sua nomeação em 1896 até 1920, quando renunciou ao cargo de professor";
E. M. Forster por volta de 1900/1901, em Cambridge. Cerca de dois anos antes, ele havia conhecido Dickinson. Foto: King's College Archive Centre. |
- Relato de E. M. Forster sobre a ocasião em que conheceu Dickinson;
- A Discussion Society fundada por Dickinson, da qual Forster participava;
- A relação de Dickinson com Cambridge e suas visões da universidade;
- Em 1903, a convite do Professor Marshall ajudou a formar o novo Economics Tripos, tornando-se primeiro secretário do Conselho Econômico;
- Visões de Dickinson sobre as mulheres: "Havia algumas mulheres a quem ele era devotado e algumas a quem teria confiado o destino da humanidade, mas ele não era um feminista realmente digno de crédito. Ele achava que os homens em geral são superiores";
- O primeiro de seus livros maiêuticos, The Greek View of Life (1896), faz sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos. Três anos depois de publicá-lo, ele visitou a Grécia;
- Publicação de A Modern Symposium (1905);
- A fundação da revista mensal The Independent Review. O primeiro número apareceu em outubro de 1903 e o principal objetivo da publicação era político;
- Convicções de Dickinson sobre religião, eutanásia e imortalidade;
- Com a morte do pai no inverno de 1908, ele assume responsabilidade familiares;
- Os rumos da família após a morte do patriarca.
11. AMERICA, INDIA, CHINA
- Em 1903, Dickinson faz viagem de 3 meses aos Estados Unidos, onde visita o irmão Arthur e ministra palestras. Não tem uma boa impressão do país;
- A segunda viagem aos EUA foi em 1909, com uma agenda bem mais cheia;
- Amizade com o americano Russell Loines;
- Retorno à Inglaterra e publicações na English Review;
- Um dos resultados das turnê americana foi uma peça em quatro atos, Business, encenada na Inglaterra com moderado sucesso;
- Recordações da viagem de Dickinson, E. M. Forster e R. C. Trevelyan à Índia;
- Viagem à China, país que Dickinson "havia adorado de longe por anos";
- A publicação das primeiras quatro Letters from John Chinaman na Saturday Review e o posterior lançamento do livro;
- Carta para E. M. Forster diretamente da China, com suas opiniões sobre o país;
- Relato de acidente com Dickinson, quando ele caiu de um pônei e fraturou a base do crânio;
- Viagem ao Japão;
- Retorno à Inglaterra no outono de 1913. "A Índia fora impressionante, o Japão encantador, mas a China manteve seu coração".
12. THE WAR AND THE LEAGUE (1914-1926)
- Reação de Dickinson à Primeira Guerra Mundial, marcada por condenação ao conflito, desilusão e melancolia;
- Permanência na Inglaterra durante o conflito, com exceção de duas viagens à Holanda e à América;
- Continuidade do trabalho em Cambridge, com palestras duas vezes por semana. "Mas minha classe era naturalmente composta quase inteiramente por mulheres. Cambridge havia se tornado um hospital e um campo";
- A concepção da Liga das Nações e a constituição formal da Sociedade da Liga das Nações em 3 de maio de 1915;
- Turnê de palestras na América em janeiro de 1916 com o propósito de pleitear pela paz;
A primeira edição de The International Anarchy (1926). Foto: AbeBooks. |
- Ao retornar à Inglaterra, ele continuou a trabalhar com a Sociedade da Liga das Nações,
- A fusão da Liga das Nações com a Associação da Liga das Nações Livres, resultando na União da Liga das Nações;
- Torna-se membro do conselho executivo da União da Liga das Nações, mas logo renuncia;
- Publicações sobre a guerra: The War and the Way Out (1914) e After the War (1915), The Choice before Us (1917), entre outras;
- Torna-se um jornalista prolífico, com muitas publicações no Manchester Guardian;
- Evolução do ânimo com o fim da guerra. "As pessoas que ele mais amava estavam de volta, e a Liga das Nações parecia começar bem em Genebra";
- Publicação de The Magic Flute, "o mais original de todos os seus livros, senão o mais perfeito", em 1920;
- Resumo de War and Peace, peça de versos jamais publicada;
- Anos infelizes após 1919, marcados pela falta de um trabalho definido;
- Morte de sua irmã Janet, gravemente adoecida desde o outono de 1923;
- Apesar de divergências, desilusões e conflitos com os caminhos da Liga, Dickinson permaneceu a serviço da União da Liga das Nações;
- Em 1926, The International Anarchy é publicado e o período final de sua vida começa.
13. THE INTERNATIONAL ANARCHY (1926)
- "A guerra, para Dickinson, não terminou com o Tratado de Versalhes, mas com a publicação de The International Anarchy. Essa foi a data em que ele estabeleceu uma trégua em seu próprio coração";
- Em 1927, ele conclui outra obra notável, a versão principal de suas Recollections.
14. THE TRUCE (1926-1932)
- Recordações de E. M. Forster a respeito dos aposentos no Gibbs Building, em Cambridge, que Dickinson ocupou nos últimos vinte anos de sua vida. "[...] lembro-me deles como o conjunto de faculdade mais bonito que conheci, bem como o mais amado";
- Hábitos e manias de Dickinson no dia a dia;
- Suas atividades no King's College nessa altura da vida;
- "Todos os livros escritos durante esses anos de descanso têm raízes em um mundo anterior à guerra";
- Pincelada no seu trabalho como locutor de rádio;
- Características das cartas escritas por Dickinson;
- Cartas para amigos, entre eles E. M. Forster.
15. THE LAST MONTHS (JUNE-AUGUST 1932)
- Relato sobre um jantar com grupo de amigos de Cambridge no verão de 1932, em que Dickinson "introduziu uma nota de despedida";
- Impressões de duas pessoas presentes na ocasião;
- Morte de Dickinson em 03 de agosto de 1932;
- Os serviços fúnebres na capela do King's College, Cambridge, e em Londres.
EPILOGUE
- Diálogo imaginado entre Mefistófeles e E. M. Forster sobre os motivos para biografar Dickinson, o que suscita uma avaliação final da vida do amigo;
- Visão final de Forster a respeito de seu amigo e legado;
- "Meu amigo era amado, carinhoso, altruísta, inteligente, espirituoso, charmoso, inspirador".
A capela do King's College, Cambridge, em 1913, fotografada por Reinhold Thiele. | Foto: Ullstein Bild via Getty Images.
A edição que li é intitulada Goldsworthy Lowes Dickinson and Related Writings (capa ao lado) e foi publicada pela Edward Arnold em 1973, mesmo ano em que finalmente saiu The autobiography of G. Lowes Dickinson, and Other Unpublished Writings. Contém prefácio de W. H. Auden e introdução do editor Oliver Stallybrass, além de sete apêndices:
- G. L. Dickinson: A Tribute, by E. M. Forster (G. L. Dickinson: Um Tributo, por E. M. Forster);- A Great Humanist: E. M. Forster on Goldsworthy Lowes Dickinson (Um Grande Humanista: E. M. Forster sobre Goldsworthy Lowes Dickinson);- Forster’s Preface to The Greek View of Life (Prefácio de Forster para The Greek View of Life);- Forster’s Introduction to Letters from John Chinaman and Other Essays (Intodução de Forster para Letters from John Chinaman and Other Essays);- Pilgrim’s Progress: Forster’s Review of The Magic Flute (Pilgrim’s Progress: Crítica de Forster de The Magic Flute);- A Broadcast Debate: Forster’s Review of Points of View (Um Debate no Rádio: Crítica de Forster de Points of View);- Beatrice Webb on Goldsworthy Lowes Dickinson (Beatrice Webb sobre Goldsworthy Lowes Dickinson).
Semana G. L. D.
Post anterior: O prefácio do autor + A publicação;
Próximo post: A Controvérsia ou Em Defesa de E. M. Forster.
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