sexta-feira, 11 de junho de 2021

Capas curiosas de Maurice

Se Howards End já foi retratada como uma fábrica com chaminé e tudo e como uma modesta cabana à margem de um lago, Maurice também pode reivindicar que recebeu algumas capas, digamos, curiosas, ao longo dos anos.

Admito que essas capas do romance póstumo de E. M. Forster não são tão peculiares quanto as de Howards End publicadas neste post do ano passado, mas elas também dificilmente fariam parte do clube das capas mais memoráveis. É claro que minhas escolhas refletem meu gosto - ou desgosto - pessoal e outros podem não ver nada de questionável nas capas a seguir. Vamos a elas. 

Imagem: AbeBooks.

À primeira vista, um borrão preto. Olhando melhor, podemos imaginar que se trata de um estudante universitário com sua tradicional vestimenta acadêmica. Talvez Maurice caminhando pela universidade de Cambridge. Apenas talvez. 


Imagem: Di Mano in Mano.

Mais um caso em que o próprio autor estampa a capa do seu livro. Na foto original (publicada na página Viagens Internacionais do Álbum de E. M. Forster), o escritor está de braço dado com Herr Steinweg, tutor alemão com quem trabalhou em 1905 na casa da escritora Elizabeth von Arnim, na Alemanha. Ao eliminá-lo da fotografia, o capista deixou Forster cortado quase pela metade. O resultado não é de todo ruim, mas bem que poderiam ter deixado-a completa ou escolhido outra fotografia.


Imagem: Bookshop Apocalypse.

Não tenho conhecimento do contexto por trás desta imagem, mas não pude deixar de achar o cavalheiro muito apático e pouco alusivo a Maurice, inclusive pela idade que aparentemente não condiz com o personagem. Não é uma capa que me deixaria com vontade de ler a obra. 



Imagem: BoekMeter.

Nesta última, o título sobreposto sugere a curiosa ideia de uma tarja cobrindo parte do rapaz. Diferentemente da anterior, aqui o retratado já parece ser jovem demais. Decerto remete mais a Dickie Barry do que a Maurice, Clive e Scudder. De qualquer forma, é uma bela capa. A pintura utilizada é Study of a male nude (1914), de Henry Scott Tuke. 

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