sábado, 20 de março de 2021

Marabar em Washington, D.C.

Uma obra de arte batizada em tributo às Cavernas de Marabar, de A Passage to India, esteve nos últimos anos no centro de uma controvérsia na capital dos Estados Unidos, Washington, D.C. Criada pela escultora Elyn Zimmerman em 1984, Marabar é composta por um longo e estreito espelho d'água flanqueado por cinco enormes pedras de granito e está instalada numa praça modernista projetada pelo arquiteto David Childs, na entrada principal da sede da National Geographic Society (NGS).



A contenda começou no verão de 2019, quando a NGS anunciou seus planos para uma grande reestruturação da praça. Diante do projeto apresentado, foi inevitável fazer uma pergunta: onde está Marabar? A instalação de Zimmerman não fazia parte da nova proposta e, aparentemente, seria demolida.   

A The Cultural Landscape Foundation (TCLF) logo se articulou para alertar sobre a destruição deliberada da obra, mas com o aval do Historic Preservation Review Board (HPRB) o projeto seguiu adiante. A reação pública foi vigorosa e imediata, com o HPRB solicitando uma reavaliação do impasse. 

Recentemente, durante uma reunião do conselho, ficou acordado que Marabar, felizmente, será salva. A obra será reinstalada num outro local ainda a ser definido, com os custos de remoção segura e realocação pagos pela NGS.




A resolução garante que tanto a TCLF quanto Elyn Zimmerman terão papéis ativos no processo de seleção do novo local, supervisão da remoção, transporte e reinstalação. A etapa atual é procurar uma universidade, um jardim de esculturas ou outra instituição cultural que gostaria de abrigar Marabar.

A escultura seminal ao ar livre foi o primeiro trabalho em pedra de grande escala de Zimmerman. Na página da obra no site oficial da artista, encontramos uma breve explicação sobre a escolha do título:

"O título foi escolhido após a conclusão da peça. As superfícies de granito infinitamente refletivas, frente a frente, lembravam a artista da caverna imaginária cujas paredes interiores de rocha viva foram misteriosamente polidas, no romance de E. M. Forster, A Passage to India."




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