Pela lente de Cecil Beaton, em Cambridge (1965). ©GettyImages. |
EDWARD MORGAN FORSTER nasceu em 01 de janeiro de 1879 e faleceu 91 anos depois, em 07 de junho de 1970. Foi um romancista, contista, ensaísta e libretista, autor de obras como A Passage to India (Uma Passagem para a Índia), Howards End e Maurice. Nascido em Londres, Inglaterra, era o único filho de Alice Clara "Lily" Whichelo (1855-1945) e do arquiteto Edward Morgan Llewellyn Forster (1847-1880).
Antes de completar dois anos, o pequeno Forster ficou órfão de pai, que vitimado por tuberculose morreu em 30 de outubro de 1880. Sua educação foi então encarregada à mãe, tias e governantas, com quem vivia em uma casa chamada Rooks Nest, na cidade de Stevenage, condado de Hertfordshire. O interesse de Forster por literatura floresceu cedo e aos seis anos ele já escrevia suas primeiras histórias. Sua vida escolar teve início na tradicional Tonbridge School, em Kent.
Aos oito anos, ele herdou £ 8.000 de sua tia-avó paterna, Marianne Thornton (filha do economista abolicionista Henry Thornton), o que em determinada medida contribuiu para uma vida financeiramente estável. Entre 1897 e 1901, estudou no King’s College, em Cambridge. Lá, ele integrou a Cambridge Conversazione Society, – mais conhecida como Apostles – um grupo de estudantes que debatiam temas ligados à intelectualidade. Mais tarde, muitos membros desse círculo iriam constituir o célebre Bloomsbury Group, do qual Forster fez parte de 1910 a 1920.
Após bacharelar-se em letras clássicas e história em 1901, viajou em companhia materna por países como Itália, Áustria e Grécia. Quando não estava viajando, ele morava com sua mãe na aldeia de Abinger Hammer, no condado de Surrey. Seu primeiro conto foi publicado em 1904: tratava-se de The Story of a Panic, impresso na Independent Review. Mais tarde, ele contribuiria muito para a revista literária The Athenaeum. Em 1909, quando ainda não contava nem 30 anos, o escritor já havia publicado três de seus cinco romances: Where Angels Fear to Tread (1905), The Longest Journey (1907) e A Room with a View (1908). Em 1910, publicou Howards End.
Entre 1915 e 1919, Forster viveu em Alexandria, no Egito, onde trabalhou com a Cruz Vermelha Internacional durante a Primeira Guerra Mundial. Lá, conheceu e se apaixonou por Mohammed el Adl (1900-1922), um jovem condutor de bondes. No início de 1921, o escritor retornou à Índia, país que já havia visitado em 1914. Durante esta segunda temporada, trabalhou como secretário particular de Tukojirao III, o Marajá de Dewas. Em 1924, já de volta a Londres, ele concluiu seu último romance, A Passage to India. Nos 46 anos subseqüentes, Forster se tornou um bem-sucedido locutor de rádio da BBC, colaborou com jornais e escreveu ensaios. O escritor foi um solteiro durante toda sua vida, sendo que sua orientação sexual era conhecida por seus amigos, mas não pelo público em geral. Ele teve um relacionamento duradouro com um policial casado, de nome Bob Buckingham, considerado por biógrafos, o maior amor de sua vida. A relação teria começado em 1930 e durado até sua morte.
Forster viveu no Surrey até pouco tempo depois da morte de sua mãe em 1946, quando transferiu-se para Londres. Eleito membro honorário do King’s College, lecionou em Cambridge e era considerado uma figura respeitada e bem conhecida no campus. Foi ali que viveu a maior parte de seus últimos anos. Morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral em 07 de junho de 1970, na casa da família Buckingham, na cidade de Coventry. Por vontade do próprio escritor, alguns de seus trabalhos foram publicados somente após sua morte, sendo que sua obra póstuma mais conhecida é Maurice, editada pela primeira vez em 1971.