Ao longo de 15 anos, E. M. Forster recebeu 20 indicações ao conceituado Prêmio Nobel de Literatura. Infelizmente, não teve a honra de conquistar esta láurea nenhuma vez, juntando-se assim a alguns escritores consagrados como Marcel Proust, Liev Tolstói, Henry James e Anton Tchekhov, que também nunca faturaram o prêmio.
Em 1945, quando recebeu sua primeira indicação - proposta pela historiadora da literatura sueca, Greta Hedin - o escritor já não publicava romances há 21 anos. O último havia sido A Passage to India, em 1924. Alguns especialistas defendem que Forster jamais foi laureado com um Nobel de Literatura porque nos anos em que foi indicado, seus dias de romancista já estavam bem distantes. Se em 1945, as possibilidades já não eram muito animadoras, elas foram esmaecendo ainda mais nos anos seguintes, apesar de ele estar presente nas listas finais de indicados. As chances do escritor teriam sido bem maiores se ele tivesse sido selecionado, por exemplo, nas décadas de 1920 ou 1930, pois seu legado literário teria ofuscado os concorrentes, ao ser visto como uma representação das mudanças de conduta relativas ao gênero e às relações de classe. Ou seja, o contexto teria sido mais favorável.
Outros especialistas apontam a fragilidade desta teoria e sustentam que Forster não foi laureado simplesmente por fatores de concorrência. Para eles, ao olhar em retrospectiva, é surpreendente que o escritor não tenha sido escolhido pelo comitê do Nobel de Literatura nenhuma vez. Segundo artigo do site Commentary Magazine, nenhuma menção ao prêmio é feita na biografia E. M. Forster: A Life, escrita por seu amigo íntimo, P. N. Furbank. O assunto também não é abordado em diários nem em coletâneas de cartas do escritor.
Entre os proponentes do nome de Forster para o prêmio, vale destacar o escritor J. R. R. Tolkien (autor de obras como O Hobbit e O Senhor dos Anéis) e o Príncipe Carl Bernadotte, da Suécia. Confira abaixo todas as nomeações de Forster ao prêmio Nobel de Literatura.
- Ano / Indicado por / Laureado do ano:
- 1945 / Por Greta Hedin / Gabriela Mistral;
- 1946 / Por Gustaf Hellström / Hermann Hesse;
- 1950 / Por English PEN centre / Bertrand Russell;
- 1952 / Por The PEN / François Mauriac;
- 1953 / Por Carl Wilhelm Ludvig Bernadotte (Prins Wilhelm) / Winston Churchill;
- 1954 / Por John Ronald Reuel Tolkien, Lord David Cecil, F. Wilson / Ernest Hemingway;
- 1955 / Por Denys Page / Halldór Kiljan Laxness;
- 1956 / Por Pierre Legouis / Juan Ramón Jiménez;
- 1957 / Por Herbert Koziol / Albert Camus;
- 1957 / Por The PEN-Club / Albert Camus;
- 1960 / Por Eyvind Johnson / Saint-John Perse;
- 1961 / Por W Bruford / Ivo Andric;
- 1961 / Por W Williams / Ivo Andric;
- 1961 / Por Simeon Potter / Ivo Andric;
- 1963 / Por Kenneth Muir / Giorgos Seferis;
- 1963 / Por Simeon Potter / Giorgos Seferis;
- 1963 / Por Carl Becker / Giorgos Seferis;
- 1964 / Por Pierre Legouis / Jean-Paul Sartre;
- 1965 / Por Pierre Legouis / Mikhail Aleksandrovich Sholokhov;
- 1966 / Por Horace Leland Friess, John Herman Randall / Shmuel Yosef Agnon e Nelly Sachs.
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