Verouka no gramado sul de West Hackhurst, Abinger Hammer, 1924. |
E. M. Forster apreciava gatos e teve pelo menos dois felinos, Verouka e Toma, sendo o primeiro um pouco mais conhecido. Enquanto morava com sua mãe em West Hackhurst, na aldeia de Abinger Hammer, Surrey, Forster escreveu em seu diário que o movimento em casa havia colocado seu gato Verouka "em um estado de nervos terrível e que ele até caiu no fundo de sua caixa".
O felino também viveu em Weybridge, onde Forster morou entre 1904 e 1925. É o que conta o livro The World Broke in Two: Virginia Woolf, T. S. Eliot, D. H. Lawrence, E. M. Forster and the Year That Changed Literature, de Bill Goldstein.
"A favor da casa havia o fato de que era própria e, embora pequena, era por essa razão 'fácil para administrar', já que Morgan e Lily tinham duas criadas, Ruth e Agnes, e havia apenas um outro habitante, um gato, Verouka, que era tão plácido quanto a casa que compartilhava com os dois servos e seus dois mestres".
O mesmo livro traz uma curiosidade sobre um sonho que E. M. Forster teve com Verouka, enquanto estava na Índia.
"Numa noite de agosto de 1921, em meio à cacofonia de um elaborado festival religioso que marcou o aniversário de Lord Krishna, Morgan teve um sonho ruim. Ele queria estar mais perto das comemorações e, para ter uma visão melhor, mudou-se de sua suíte habitual para os quartos do Old Palace, onde, entre outros inconvenientes, os sapatos eram proibidos. No sonho, Morgan estava em casa em Weybridge, com seu gato, Verouka. "Eu mostrei a ele uma boneca mecânica que o assustou tanto que ele pareceu estar louco e correu para um quarto de cima", ele contou em uma carta. Morgan acordou, aliviado ao descobrir que o som era realmente o ruído rítmico feito pela máquina a vapor que tinha sido trazida a um custo extravagante para executar as luzes elétricas especiais necessárias para as festividades".
Aparentemente, a única foto de Verouka disponível na internet é esta que ilustra o post. Terá sido ela tirada por E. M. Forster? Muito provavelmente, mas nas fontes que pesquisei, não há confirmação disso. Existe uma outra foto na qual a mãe de Forster, Alice Clara, aparece num vestido florido, também no gramado sul de West Hackhurst, em Abinger Hammer, Surrey. Ela está à direita de um relógio de sol, sobre o qual Verouka está sentado. Atrás da foto, E. M. Forster escreveu "W.H. / Mother and Verouka". Infelizmente temos apenas essa descrição, pois a fotografia não está disponível na internet.
O escritor também teve um gato chamado Toma. A editora que publicava os livros de seu amigo T. S. Eliot, a Faber & Faber, tinha um gato chamado Morgan. Não se sabe se Forster e Thomas nomearam esses gatos como uma brincadeira entre si (Morgan → Edward Morgan Forster e Toma → Thomas Stearns Eliot) ou se tudo não passou de uma mera coincidência. Sobre Toma, as informações são ainda mais limitadas. Praticamente inexistentes.
E. M. Forster e T.S. Eliot com um gato, na cozinha da casa de Virginia Woolf, Monk's House, na aldeia de Rodmell, East Sussex, circa 1922.
Sebastian Sprott (com o gato), Gerald Heard, E. M. Forster e Lytton Strachey, em Ham Spray House, na década de 1920.
Imagens: King's College Archive Centre, Cambridge e livro E. M. Forster and His World, de Francis King (1978).
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